Por que o carro voador desenhado em 1962 ainda não foi superado?

27-10-2010 19:12

Uma das grandes promessas tecnológicas do futuro previsto nas décadas de 50 e 60 foi o carro voador. As cidades no fim do milênio seriam amplas como Brasília e Pyongyang e o seu céu seria povoado de milhares de aeronaves pessoais.

Cidade do Futuro com Carros Voadores

Virou milênio e continuamos na lesma lerda, já que a nossa tecnologia automobilística ainda se arrasta pelo chão queimando petróleo, igualzinho ao primeiro carro produzido em linha de montagem, o modelo T da Ford.

Enquanto isto, várias visões da ficção científica continuam relegadas ao plano da ficção. Afinal, se a ciência nem conseguiu a cura da gripe, quanto mais a máquina do tempo, elixir da longa vida, tele transporte, viagens interplanetárias através do hiperespaço e... perante a grandiosidade destes sonhos, o toscamente simples carro voador.
Mas, para a factibilidade do carro voador são imprescindíveis alguns requisitos:

- Operacionalidade altamente simplificada.
Tradicionalmente os automóveis sempre foram máquinas projetadas para serem pilotadas por idiotas. Na maioria dos países, a alfabetização é condição mais que suficiente para que alguém tenha o salvo conduto de “condutor de veículo motorizado”. Esta foi a razão da extrema popularização dos carros e não poderia ser diferente para um possível candidato a carro voador de sucesso, que para “pegar” no mercado, deveria possuir as mesmas condições de dirigibilidade dos veículos terrestres atuais, excetuando-se o medo de altura que é uma sensação imponderável.

Com a parafernália eletrônica disponível hoje, seria possível dotar um carro voador de dispositivos que o fizesse voar quase sozinho. Afinal, não temos os aviões Airbus que quando voando em modo automático, prescindem totalmente de pilotos inteligentes?

- Decolagem e pouso verticais.
As experiências neste sentido fracassaram. Todos os protótipos de carros voadores apresentados até hoje, ou não tem decolagem vertical, ou não possuem estabilidade suficiente para realizá-la com absoluta segurança.

- Capacidade de pairar no ar.
Não só pairar como fazem os helicópteros, mas de maneira muito mais segura do que eles, pois este tipo de aeronave corre o risco iminente de entrar em perda e cair literalmente quando está pairando, coisa que seria catastrófica num carro voador, pois ao volante haveria uma grande possibilidade de estar um motorista inepto.

- Não depender de decolagem de pista, nem de pouso de pista.
Este é um ponto nevrálgico. Um carro voador tem que ser capaz de pousar verticalmente em todas as situações, pois para fazer um pouso de pista, dos motoristas passaria a ser exigido o brevê de piloto privado. Tal exigência impediria que o carro voador se popularizasse.

- Gerenciamento de energia controlado por IA (inteligência artificial).
Como os motoristas vivem com a cabeça na Lua, seria fácil imaginar a cena dantesca dos carros voadores despencando no chão de altitudes vertiginosas de centenas de metros, por falta de combustível. Pense bem, o fato dos gadgets se tornarem cada vez mais inteligentes, não impede que as pessoas fiquem cada vez mais burras.

Antimatéria e Antigravidade.
Para atender a todos esses quesitos, necessariamente tal veículo deveria dispor de uma tecnologia revolucionária, muito distante do nosso alcance nos dias de hoje, provavelmente uma aplicação de teoria originada da área da física que pesquisa a antigravidade.

O carro que atende a todos os requisitos de um carro voador viável foi concebido pelos estúdios Hanna-Barbera na série de desenho animado produzida para a TV americana, “Os Jetsons” em 1962.
O incrível é que depois de mais de quatro décadas de desenvolvimento da indústria dos transportes, não tenhamos chegado nem perto do carrinho simples voador e flutuante da família Jetson. Todas os protótipos surgidos neste meio tempo são extemporâneos, toscos e incontroláveis.

Ao que tudo indica, continuaremos sonhando por um bom tempo com um automóvel propulsionado por um reator de antimatéria capaz de gerar antigravidade.

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